CLUB SANDWICH ( 2014 / México / Comédia / 82’ ) de Fernando Eimbcke – por Thaís Estrella


A descoberta da sexualidade como tema não é novidade alguma na cinematografia mundial. No entanto, a abordagem que o diretor Fernando Eimbcke faz dela em Club Sandwich é incomum o suficiente para motivar uma ida aos cinemas.

A película tem como protagonista Hector, um menino que passa alguns dias em um hotel acompanhado de sua mãe. Ali ele conhece Jazmin, garota com a qual passa a se relacionar amorosa e sexualmente.

Nessa corriqueira trajetória, o diretor traz atenção para minúcias que são percebidas muitas vezes por nós como banais, insignificantes. Simples brincadeiras aquáticas são transmitidas não como meras alusões à infância, mas como referência à ingenuidade e à pureza que circundam essa fase da vida. E essa inocência é o alicerce da relação entre o menino e sua mãe, que mais parece uma de suas amigas do que sua progenitora.

O início de uma relação amorosa entre esses dois jovens, Hector e Jazmin, poderia implicar em uma mera ruptura com essa ingenuidade. Porém ela não só modifica hábitos do garoto, como gera situações pra lá de divertidas. Mais uma percepção inteligente do diretor, que não se atém apenas aos ônus da desconstrução da relação mãe-filho anteriormente existente, mas também aos bônus da reconstrução de tal laço e da construção de um novo amor.

Essa trama lenta e sensível se diferencia daquilo que se veicula atualmente nos grandes circuitos, e por tal peculiaridade e simplicidade, nada mais justo que desfrutar do refrescante mergulho que Club Sandwich nos propõe.

Thaís Estrella