RECOMENDAÇÕES PARA O FESTIVAL "É TUDO VERDADE" - por Rudá Lemos



Já está acontecendo o grande festival de cinema documentário, "É Tudo Verdade", que em comemoração a sua 20ª edição está com uma programação bastante especial, para além da tradicional sessão de competição de longas e curtas, nacionais e estrangeiros. Estão sendo exibidos grandes clássicos do gênero, alguns bastante raros e difíceis de encontrar.

Após um ano da morte trágica do Eduardo Coutinho, o Festival exibe seu último filme, finalizado por João Moreira Salles, e aponta possíveis caminhos para documentar um real sempre nebuloso e incerto. Trazemos aqui, portanto, sugestões de filmes dentro da sua robusta programação que vai até o domingo, dia 19.

“Últimos Dias”, de Eduardo Coutinho - O último suspiro do divinal.

“Eu Sou Carlos Imperial”, de Renato Terra e Ricardo Calil - Tipo de documentário cuja recomendação vem mais por conta do seu genial objeto e já é suficiente.

“Orestes” de Rodrigo Siqueira - Do diretor do etnográfico “Terra Deu, Terra Come”.

“A Paixão de JL”, de Carlos Nader - Nader é uma narrador incrível, grande herdeiro da escola do Coutinho. Tem nas costas a viagem do “Pan-cinema Permanente” sobre o Wally Salomão e é o último vencedor do Festival por “Homem Comum”, em 2014.

“Sete Visitas”, de Douglas Duarte - do diretor de “Personal Che” (coletânea interessante de visões diferentes sobre o guerrilheiro cubano, que fez sucesso numa edição do Festival do Rio).

“Um Filme de Cinema”, de Walter Carvalho - O grande mestre da fotografia em uma nova experiência documental após doc do Raul Seixas.

“Chamas de Nitrato”, de Mirko Stopar - Em busca do entendimento do motivo da atriz de “Paixão de Joanna D’Arc” de Carl Th. Dreyer nunca mais ter feito cinema. 

“A Hora do Chá”, de Maite Alberdi - Velhinhas que bebem chá. Prêmio de melhor documentário em Cartagena e Guadalajara. 

“A França é a Nossa Pátria”, de Rithy Pahn - Novo do monumental cronista do Camboja. Imperdível.

“O Outro Homem: F.W. de Klerk e o Fim do Apartheid”, de Nicolas Rossier - Relato da mudança de algoz para vice-presidente de Nelson Mandela

“O Que Houve, Stra. Simone?”, de Liz Garbus - Nina Simone. Apenas. 

“Seus Pais Voltarão” - Um retrato da ditadura do Uruguai.

“A Visita”, de Michael Madsen - Falso documentário sobre ETs. 

“Cidade Vazia”, de Cristiano Burlan - Novo curta-metragem sobre a solidão em São Paulo, do diretor do forte “Mataram Meu Irmão”. 

“De Profundis” - Curta pernambucano recomendado na última edição da Mostra de Filme Livre. 

“O Claustro” - Novo curta do elogiado cineasta independente americano Jay Rosenblatt.

“Dia da Vitória” - Curta sobre a vergonhosa lei sancionada por Vladmir Putin que pune o convívio de casais homossexuais com crianças.

Mostra Vladimir Carvalho: “Conterrâneos Velhos de Guerra”, “O País de São Saruê” e sessão de curtas. Filmes que constroem um pensamento sobre a formação aristocrática do Brasil. 

“Entrada para a Paz Celestial” - Prestigiado e para muitos definitivo doc sobre o incidente na Praça Celestial da China, que culminou no genocídio da juventude manifestante. 

“Fengming - Memórias de Uma Chinesa”, de Wang Bing - O relato do que sofreu uma jornalista durante a ditadura chinesa.

“Cidadão Boilesen” - Vencedor do Festival em 2009. Uma bomba sobre as relações incestuosas do patronato brasileiro e a ditadura 64-80.

“Santo Forte”, de Eduardo Coutinho.

“O Sicário - Quarto 164”, de Gianfranco Rosi - Elogiado cineasta que recentemente entrou na história por seu filme "Sacro Gra" ter sido o primeiro documentário vencedor do prêmio principal de Veneza.

“O Sem-Visão” - Acompanhamento de jovens cegos da República Tcheca. 

“Primo de Segundo Grau” - Sobre a poesia e a perda de memória de Edwin Honig.

“O Mar que Pensa” - Inventivo docudrama com muita metalinguagem e intertextualidade.

“Cinco Obstruções” - Para se ter ainda mais motivos para amar ou/e odiar Lars Von Trier.

“O Prisioneiro da Grade de Ferro” - Doc definitivo sobre o irrecuperável sistema carcerário brasileiro.

“A Alma do Osso” - Um eremita na visão austera do grande vídeo-artista Cao Guimarães.

“Santiago”, de João Moreira Salles - Se ainda não viu, seja o próximo a amar esse filme-do-filme.

“Por que Lutamos”, de Eugene Jarecki - Denúncia dos motivos econômicos para os EUA investir tanto em guerras sem fim.

“Cinco Câmeras Quebradas” - A filmagem como ativismo contra o imperialismo israelense. 

“Jasmine” - Vencedor internacional da última edição do Festival, mistura animação e relato documental.

“Tintin e Eu”, de Anders Østergaard - Uma conversa com o inventivo criador de Tintin. Do diretor de Burma VJ.

“Verdades e Mentiras”, de Orson Welles - Grande passeio do mestre no campo do documentário.

“Cidadãoquatro” - Sobre Edward Snowden e a perigosa vigilância americana. Vencedor do Oscar 2015 de melhor documentário. 

“Moana Sonoro”, de Robert J. Flaherty, Frances Hubbard Flaherty e Monica Flaherty - Trabalho que começou com um dos inventores do modelo clássico documental, passa pela filha e pela neta. O tempo-filme que é um só.

“A Nação que Não Esperou por Deus”, de Lucia Murat - Estreia mundial do passeio de Murat no gênero documental.

“A Noite Chegará”, de André Singer - O terror que ficou do holocausto após final da II Guerra. Do produtor de O Ato de Matar.

“1989”, de Anders Østergaard - Acompanhamento da trajetória de um político húngaro. 

“Drone” - Tecnologia a serviço do sangue, made in USA. 

“Invasão” - A abertura do canal do Panamá pelo olhar dos panamenses. 

Rudá Lemos